Como veterana da Met Gala, Sarah Jessica Parker sabe como seguir o tema. Com o passar dos anos, a atriz distingue-se por considerar atentivamente o dress code; ainda o mês passado confessou à Vogue que chega a passar 10 meses a trabalhar com designers para criar um único vestido. Para a edição deste ano da Met Gala, que tinha o dress code de gilded glamour, white tie, Parker trabalhou com Christopher John Rogers para criar um vestido quer tinha tanto de impressionante, como de inteligente. “O que mais me entusiasmou sobre a oportunidade de a vestir foi o facto de ela ter tanto conhecimento e amor pela história da Moda,” confessa Rogers. “Existe uma intenção com tudo o que ela usa.”
O vestido de Parker para a Met Gala 2022 é uma homenagem a Elizabeth Hobbs Keckley, uma designer revolucionária, a primeira mulher negra a ocupar a posição de costureira oficial na Casa Branca. Keckley era uma ex-escrava que se mudou para Washington D.C. em 1860, e tornou-se a primeira costureira da primeira dama Mary Todd Lincoln (assim como muitas outras socialites da altura). “Era uma designer de uma escala relativamente pequena, e alguém que foi praticamente apagada da história,” relata Rogers. “A ideia era enfatizar a dicotomia entre as proporções extravagantes da época e a intensa desigualdade que se vivia nos Estados Unidos da época.”
O processo da colaboração entre Parker e Rogers começou pela seleção de um vestido especifico de Kelsey, datado de 1860 (a Gilded Age começou por volta de 1870). “Era essencialmente uma capa, com um vestido em xadrez preto e branco debaixo,” diz Rogers. “Foi o nosso ponto de partida — e já que somos conhecidos por utilizar padrões de xadrez e tafetá, já fazia parte daquilo que fazemos enquanto marca.” Esta inspiração levou Rogers a desenhar um vestido com um top preto e branco justo e uma saia proeminente, que se arrasta pelo chão, expondo a seda, moiré e tafetá, assim como os botões feitos a partir de cristais Swakovski. “A partir da ideia de um xadrez pequeno, brincámos com as proporções, não só no padrão, como na própria silhueta,” explica Rogers.
Durante o processo de desenho do vestido, tanto Rogers como Parker focaram-se em transformar o vestido que serviu de inspiração em algo mais moderno. “Acabámos por não fazer uma capa — tornámo-la num top que fazia sobressair o decote,” relata Rogers. “Em vez de utilizarmos bordados, como no vestido original, optámos por deixar que os materiais extremamente luxuosos falassem por si.” Para Rogers, colaborar com Parker fez com que adicionasse detalhes que não teria incluído de outra forma. “Algo que adoro sobre o processo de desenho de um vestido é o inesperado, deixar que as provas informem o próprio design, criando detalhes que não eram inicialmente considerados,” confessa o designer americano. “A Sarah permitiu-me seguir estes felizes acidentes. Por exemplo, originalmente a manga mostrava um pouco de pele, algo que acabámos por retirar, e também baixámos o decote mais do que estava originalmente planeado.”
Como a cereja em cima do bolo, o chapeleiro Phillip Treacy — que já desenhou várias headpieces para Parker ao longo dos anos, incluindo a icónica crista para a Met Gala de 2013 com o tema “punk” — criou um véu embelezado com cristais pretos. “O véu é inspirado na opulência da Gilded Age,” revela Tracey. “Desenhar para a Sarah Jessica é sempre um deleite. Ela tem um amor extraordinário pela Moda, e nunca tem medo de aceitar o desafio do tema, qualquer ele que seja.” Rogers partilha a mesma opinião, “sinto me extremamente privilegiado por poder vestir alguém que admiro há tanto tempo,” confessa o designer, “ser considerado para um momento deste género é algo que me faz sentir extremamente sortudo!”
Abaixo, deixamos alguns detalhes do vestido da Met Gala de Sarah Jessica Parker.
