
Foi num desabafo sobre maternidade que Filipa Maló falou do mundo da parentalidade onde abundam conselhos sobre vários temas e que colocam pressão acrescido na mãe. A atriz foi mãe pela primeira vez há quase cinco meses.
“São milhares os truques e dicas para um bebé se adaptar ao adulto, ou aprender a não solicitar o colo. Como se não fosse normal e esperado. E isso assusta“, começa por dizer, notando que é o adulto que se deve adaptar ao bebé e não o contrário.
“O sono, porque o bebé ‘deve dormir a noite toda’ e se não dorme, tem de o aprender. Sozinho. O colo, porque um bebé ‘deve’ saber auto-regular-se, com um qb de afecto e mimo para não estragar. O mote: quanto menos sentir melhor e se fizer birras, está mimado“, exemplifica.
Já a amamentação continua, na sua opinião, a ser julgada. “A amamentação, porque o que importa é o peso (acima de tudo), e ora a mãe peca porque amamenta e o leite é fraco, ora porque não amamenta e é má mãe. No final da história, claro, o final é sempre idêntico: a culpa é da mãe”, explica.
“Mas é curioso que no final dos dias, quase todas sentimos o mesmo. Mas não o dizemos. Ou se o fazemos, é num sussurro para ninguém ouvir… porque a dúvida tem lugar cativo e somos especialistas em silenciar o nosso coração. Então eu grito: O colo não vicia. O que me preocupa é a falta dele“.
“O adulto é que se deve adaptar ao SEU bebé, que é diferente dos outros, com ritmos também distintos e ainda bem. Não é esperado que os bebés sejam autónomos, aliás, muito longe disso e cabe ao adulto promover um ambiente de segurança acima de tudo. Nunca esquecendo que o deixar chorar, ensina mais acerca das relações do que tudo o resto. E o silêncio do bebé, não é sinal de aprendizagem, mas de conformismo. Não existem leites fracos. A amamentação não define uma boa mãe. E o percentil não é preditor de felicidade e amor, que isso sim, é que deveria interessar”, completou num texto que recebeu vários elogios e motivou vários testemunhos de mulheres que foram mães.




