
Neste ginásio pode dar socos e dançar ao mesmo tempo — e ainda ajudar uma ONG
Depois de Carnide e Areeiro, o Brooklyn Fitboxing chega ao Saldanha. O ginásio combina o boxe, kickboxing e muay thai.
É preciso garra para chegar ao fim.
Se antes o boxe era visto como um desporto de homens, agora é uma modalidade cada vez mais procurada por mulheres que gostam de fazer treinos intensos e de rápido impacto no organismo. É o caso do Fitboxing, um desporto que está a conquistar Lisboa. O conceito original parece ter encontrado um nicho: os que procuram algo mais num treino além de sangue, suor e lágrimas. Mais do que golpear um saco ou outra pessoa, implica também dançar ao ritmo da música.
As aulas são realmente desgastantes e, quando pensamos que está prestes a terminar, lá vem mais uma sessão de burpees ou flexões. É um treino realmente muito intenso, mas no final vale sempre a pena. Tem é de se adaptar ao sistema de treino tabata — sem os descansos de 30 segundos entre rondas. É quase como uma dança de pôr e tirar as luvas.
O Brooklyn Fitboxing Saldanha é o mais recente ginásio nacional da empresa criada por dois empresários venezuelanos onde esta modalidade é o principal atrativo. Soma mais de 100 locais por todo o mundo e, em Portugal, a já abriu o terceiro espaço. O conceito chegou ao País em 2020, com a primeira abertura em Carnide, depois no Areeiro e, agora chegou ao centro de Lisboa.
Todas as aulas começam com o treinador a explicar as várias sequências de murros e pontapés que vamos ter de executar. Ao todo são quatro tipos de sequências, mas o mais importante — e desafiante — é lembrar-se daquilo que tem de fazer, no ritmo e tempo certos. O treino começa e parece mais fácil do que pensámos.
As aulas duram exatamente 47 minutos. Cada uma é dada presencialmente por um treinador, embora nunca esteja sozinho. Além do presencial, existe também um treinador virtual que aparece na televisão da sala do ginásio — como se fosse um videojogo, porque vai poder controlar a pontuação no ecrã. “Torna-se um treino de alta intensidade porque não se treina apenas com o saco. Nestes 47 minutos intercalámos o saco com treinos mais funcionais, como abdominais, flexões, agachamentos”, explica Ana Teresa Rodrigues, diretora do Brooklyn Fitboxing Carnide.

O treino é feito sem contacto físico
Estes treinos têm atraído cada vez mais desportistas porque aceleram o metabolismo e, em pouco tempo, consegue ver uma diferença enorme no organismo. “Não temos um descanso passivo, mas um descanso ativo através dos treinos funcionais. Isto faz com que o corpo descanse ao mesmo tempo que continua a praticar atividade física e estamos a ativar o nosso metabolismo para que continue a queimar calorias mesmo depois do final do treino e durante as 24 horas seguintes”, informa Ana Teresa.
No novo Brooklyn Fitboxing, continuam a usar-se coreografias especiais nas quais, ao ritmo da música, os alunos terão que aplicar golpes inspirados no boxe, kickboxing e muay thai num saco. Estes movimentos serão intercalados com rondas de treino funcional, para que se torne um treino completo. A meio da sessão já nem forças para falar temos. Pode ser difícil habituar-se a praticar sem tempos de descanso, mas a verdade é que resulta porque o organismo fica muito mais leve, alerta e com mais energia.
Outro fator inovador está escondido no saco, que não é, de todo, um saco de pancada igual aos outros. No interior escondem-se sensores que medem a força, o poder e a sincronização de cada aluno — e em cada aula, as pontuações dos participantes são exibidas num ecrã, para motivar e puxar pelo melhor de cada um.
A diretora do Brooklyn Fitboxing de Carnide explica que em todas as aulas “há uma coreografia, mas em vez de passos de dança, estamos a bater no saco ao ritmo da música”. Os sensores vão avaliar o poder, sincronização e a força com que golpeamos o saco. A sincronização vale 80 por cento dos pontos totais, já a força e poder valem 20 por cento. “Queremos que as pessoas se divirtam ao máximo e batam ao ritmo da música porque a força virá com o tempo”, diz a diretora.

Os treinos dividem-se entre o saco e o funcional
Mas há mais: além da pontuação, que pode ser consultada por todos os alunos, existem também os pontos de karma, acumulados em cada aula e que podem depois ser aplicados numa instituição à escolha. No final do ano, a Brooklyn Fitboxing compromete-se a doar um valor monetário correspondente a esses mesmos pontos. “Quantas mais vezes treinar, mais karma vai acumular e podemos doar cada vez mais dinheiro às instituições parceiras”, explica Ana Teresa.
O segredo é não desistir e chegar até ao final da aula. As sequências vão ficando cada vez mais completas e difíceis, mas depois das primeiras duas ou três repetições, consegue-se entrar no ritmo certo e a energia de toda a gente é motivadora. Entre gritos, cânticos e muitas gargalhadas, a aula está quase a chegar ao fim. A sensação no minuto 47 compensa todo o suor e lágrimas do treino e surge apenas um sentimento: queremos voltar.
A pandemia obrigou a cuidados extra em todos os locais e os ginásios aplicam regras muito apertadas. O uso de máscara à entrada é obrigatório. Além disso, entre cada aula, a sala é desinfetada. Cada aluno tem de trazer a sua própria toalha para colocar no chão e a sua garrafa de água.
A ideia é que experimente uma sessão, com luvas e ligaduras — custa 9,95€. A mensalidade depois pode ser de 60€ para oito aulas mensais ou 70€ se escolher 12 aulas mensais. Carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o Brooklyn Fitboxing de Carnide.