
O líder da oposição russa, Alexei Navalny, faz “tudo o que pode para se manter bem” apesar das torturas que sofre na prisão, contou a filha, Daria Navalny, que o visitou duas vezes desde que se encontra detido.
Numa conferência de imprensa em Estrasburgo, onde recebeu o Prémio Sakharov em nome do pai, Daria revelou, esta quarta-feira, que visitou o pai apenas duas vezes, desde janeiro de 2021, uma delas após o período de greve de fome que durou 24 dias, uma experiência que considerou “muito violento para uma jovem”.
“A última vez que o vi foi em setembro e ele está agora melhor, está a fazer exercício físico, a comer bem e a fazer tudo o que pode para se manter bem”, explicou Daria, atualmente com 20 anos.
Navalny é um dos mais de 400 presos políticos na Rússia, “mais do que no tempo de Estaline”, adiantou o seu conselheiro político e chefe de gabinete, Leonid Volkov, que esteve em Estrasburgo para a cerimónia de entrega do galardão que distingue os direitos humanos e a liberdade de pensamento.
Na conferência de imprensa, o presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, lembrou que “não somos todos iguais” e que a União Europeia “não reconhece” o sistema judiciário “muito injusto” da Rússia.
O líder da oposição russa foi envenenado, em agosto de 2020, durante uma viagem à Sibéria e passou vários meses de recuperação em Berlim, mas voltou para Moscovo em janeiro de 2021, onde foi preso.
Em fevereiro deste ano foi condenado a dois anos e meio de prisão, que cumpre num estabelecimento de alta segurança, em Pokrov.
O regresso de Navalny à Rússia nunca esteve em questão, revelaram a sua filha e o seu principal conselheiro político, que destacaram o facto de ele não ser apenas um símbolo mas sim continuar a ser o líder do movimento de oposição ao Presidente russo, Vladimir Putin.