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Só depois das obras de requalificação do túnel rodoviário que liga o Campo Pequeno ao Areeiro é que o plano de segurança interno da via subterrânea da Avenida João XXI deverá ser implementado. Aberto ao trânsito desde 1997, o túnel “está em condições similares às da sua construção no que respeita aos sistemas de segurança”, avança o Público, citando a própria Câmara Municipal de Lisboa. A primeira versão do guia que orienta bombeiros e demais autoridades em casos de emergência existe, pelo menos, desde 2018 mas só deverá entrar em vigor daqui a dois anos, quando terminarem os trabalhos de reabilitação do túnel.
Pelo menos desde 2014 que a autarquia tem recebido alertas sobre os riscos e os problemas de segurança da via. Em coro, técnicos do Regimento de Sapadores Bombeiros “manifestaram não concordar com a manutenção do túnel da João XXI em funcionamento dada a falta de condições de segurança existentes”. Publicado dez anos antes, em maio de 2004, um parecer da mesma entidade já falava em “graves condições de segurança”.
Em julho do ano passado, quando lançou o concurso para a requalificação da infraetrutura, a própria Câmara Municipal, à época dirigida por Fernando Medina, assumia ser necessária uma “intervenção de fundo”, para “dar cumprimento aos requisitos necessários e regulamentares de segurança”. Com um valor base de 7,5 milhões de euros, a empreitada cujo arranque está previsto para o segundo semestre deste ano pretende assegurar o “reforço estrutural de estruturas, incluindo a zona que integra o posto de controlo, a sala do grupo gerador, o posto de transformação e a saída de emergência da Avenida de Roma” e prevê “a criação de uma nova saída de emergência no cruzamento da Av. João XXI e a Avenida de Roma”.
De qualquer forma, nos últimos três anos, o túnel sofreu algumas melhorias. Apesar do incêndio de 2020 não ter tido consequência graves, os milhares de automobilistas estão sujeitos a um alto risco. Ao Público, o executivo municipal garante ainda assim que, durante as obras, fará “todos os esforços para que a circulação rodoviária seja interrompida apenas quando se mostrar necessário”.