Em 2019, o Governo anunciou o objetivo de reduzir a área de plantações de eucalipto para 812 mil hectares até 2030, mas, em 2021, está a preparar, de acordo com o jornal “Público”, a publicação de um diploma que prevê a plantação de mais 36.726 hectares de novos povoamentos de eucalipto em 126 dos 278 concelhos do continente. Várias organizações ambientais – Acréscimo, Climáximo, Fapas, Geota, LPN, Quercus e Zero – vão endereçar uma carta aberta ao secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território.
Os ambientalistas “repudiam a intenção” e “estranham” que o Governo esteja “a preparar um diploma legal para fazer aumentar os limites máximos de área de plantações de eucalipto por município”. E recordam que, depois dos incêndios de 2017, a Assembleia da República “proibiu novas arborizações (expansão de área) com espécies do género Eucalyptus s.p.”.
Na análise ao diploma, as organizações verificaram que “não há nenhum concelho do território continental português onde esteja prevista a contração de área para plantações de eucalipto”. Nos 126 concelhos onde a área de eucaliptos vai aumentar, os mais evidentes são Arcos de Valdevez (mais 329 hectares), Póvoa do Lanhoso (mais 303 hectares), Montijo (mais 561 hectares), Aljezur (mais 585 hectares), Grândola (mais 579 hectares), Alcácer do Sal (mais 739 hectares) e Odemira (mais 3149 hectares).
Portugal já é o país com maior área planta de eucalipto na Europa e pode ficar assim com mais de 881 mil hectares cobertos, cerca de 10% do território nacional.
