
Luís Filipe Agostinho, que está em prisão preventiva, sujeito a vigilância eletrónica, conta em entrevista à SIC que as mensagens trocadas com familiares sobre o nome do juiz foram mal entendidas. “É uma absoluta mentira, jamais tentaria corromper um juiz. Pedi à minha namorada que passasse o nome à minha mãe, para ela dar ao meu irmão”, explica, adiantando que o nome do juiz seria necessário para os rituais a serem feitos pelo ajudante espiritual da Guiné.
O caso remonta a outubro de 2020. Ouvido por Ivo Rosa em primeiro interrogatório, o jovem traficante ficou em prisão preventiva, sujeito a pulseira eletrónica.
“Nunca tentei, nunca pedi ajuda para corromper nenhum juiz. Precisei do nome dele devido à minha crença, para uma reza que fizeram por mim”, assegura Filipe Agostinho.
O advogado do jovem fala numa “caça às bruxas” neste caso e garante que o cliente já se mostrou disponível para prestar todos os esclarecimentos ao Ministério Público.
A conversa em questão foi escutada pela PSP e, segundo notícia a revista ‘Sábado’, a certidão da mesma foi agora enviada para o Tribunal da Relação de Lisboa, por estar em causa um juiz de primeira instância. A suspeita tem de ser investigada pelo tribunal imediatamente superior.
Ivo Rosa já negou ter recebido qualquer quantia e disse mesmo desconhecer o processo.
O Correio da Manhã sabe, no entanto e para já, que a investigação está numa fase inicial. Nada mais há além da escuta telefónica, o que por si só é insuficiente: o traficante poderia até saber que estava sob escuta e querer lançar suspeitas sobre o juiz que o tinha ouvido em primeiro interrogatório ou alguém poderia tê-lo burlado, dando conta de que o juiz de instrução criminal aceitaria receber dinheiro para decidir no sentido que os suspeitos desejariam.