
Quando na segunda-feira Fernando Santos, Fernando Gomes e António Lobo Xavier chegaram ao tribunal arbitral para serem ouvidos no processo de €4,5 milhões que opõe o selecionador nacional ao Fisco, o aparato policial destoava da habitual pacatez do espaço. Três polícias e um segurança ladeavam a entrada, não fossem os jornalistas arremessarem-se sobre Fernando Santos, mas a sessão acabaria por ser menos concorrida e bem mais tranquila do que o antecipado. Lá dentro, o selecionador garantiu que é um patriota que quer servir o país, que só seguiu exigências da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e conselhos do seu advogado, e que recebe o salário através da sua empresa porque as suas funções não se resumem às de um treinador. É um gestor.
O objetivo da audiência era perceber porque é que, em 2016 e 2017, a FPF transferiu para uma empresa de Fernando Santos quase €10 milhões mas ele só declarou e pagou IRS sobre um salário anual de €70 mil (€5 mil por mês). E porque é que, tal como o Expresso avançou há seis semanas, o Fisco considera que esta é uma forma artificiosa de fugir aos impostos e lhe exige o pagamento de €4,5 milhões em impostos e juros.

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