
Eles encontraram um bebé abandonado no metro — e a história deu este livro
Danny e Peter foram um golpe de sorte na vida do bebé abandonado com horas de vida.

É uma história improvável
É uma história como poucas. Danny Stewart ia encontrar-se com seu companheiro Pete Mercurio, mas atrasou-se. Pelo caminho, numa estação de metro, deparou-se com um bebé abandonado.
Era um recém-nascido e ainda tinha o cordão umbilical quando Stewart, assistente social, o encontrou. “Ele tinha tentado apanhar um comboio e não conseguiu. O facto de ele estar no local foi uma espécie de milagre”, revela Mercurio à “CNN”.
“A certa altura virei-me para o Danny e disse-lhe: ‘Tu vais estar — nós vamos estar — ligados a este bebé para o resto da vida, de uma forma ou de outra’. Pode não ser amanhã, na próxima semana ou daqui a cinco anos, mas eventualmente ele vai saber tudo sobre esta noite e poderá querer encontrar-te. Ou talvez possamos manter-nos em contacto todos os anos neste dia”, recorda.
A criança foi eventualmente batizada: passou a chamar-se Daniel Ace Doe. Daniel em honra de Danny, Ace por serem as letras das três linhas de metro que passavam na estação, e Doe, apelido dado a desconhecidos.
O casal haveria de voltar a cruzar-se com o caso do bebé desaparecido três meses depois, já em tribunal. Foi nesse dia que foram confrontados com uma pergunta inédita: “Estariam interessados em adotá-lo?”, questionou a juíza.
“Sim, mas eu sei que não é assim tão fácil”, respondeu Stewart. “Mas pode ser”, reafirmou a juíza, que acabaria por promover o processo e entregar a criança às mãos do casal. Daniel Ace Doe foi oficialmente adotado dois anos depois sob o nome de Kevin.
A história improvável teria ainda mais um episódio significativo. Danny e Pete pretendiam casar-se e foi Kevin quem lançou a ideia de que poderia ser a juíza a oficializar a cerimónia. Dez anos depois, reencontraram-se com a juíza e casaram.
Foi então que souberam o quão envolvida no processo esteve a juíza. Pete e Danny só conseguiram adotar Kevin graças à boa-vontade da juíza e de um programa-piloto que acelerava as adoções em casos de abandono. Acabaria por ser encerrado ao fim de seis meses, mas Kevin ainda beneficiou desta via mais rápida para um lar mais feliz.
Hoje, Kevin tem 21 anos e está na universidade, mas durante todos estes anos, ouviu sempre uma história muito particular antes de ir para a cama. Mercurio escreveu um pequeno livro sobre a forma como foi encontrado e criado pelo casal.
Apesar de lhe contarem tudo, só aos cinco anos é que Kevin percebeu que essa mesma história era sobre si. O livro chega agora às livrarias sob o título “Our Subway Baby” — “O Nosso Bebé do Metro”, em tradução livre — e é aquilo a que Mercurio chama de “uma carta de amor ao filho”.