
Descoberto novo efeito secundário raro das vacinas da AstraZeneca e Janssen
Agência Europeia de Medicamentos alertou para que se inclua a inflamação atípica da medula espinal como efeito secundário raro.
Os centros de vacinação estão a reforçar as vacinas.
Especialistas da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) descobriram um novo efeito secundário raro das vacinas contra a Covid-19 produzidas pela AstraZeneca e pela Johnson & Johnson. O regulador europeu recomendou, esta sexta-feira, 14 de janeiro, que se inclua uma inflamação rara da medula espinal, chamada mielite transversa, à lista de efeitos secundários provocados pela vacina da AstraZeneca, considerando que é necessário um alerta semelhante na lista de reações adversas provocadas pela vacina de dose única da Johnson & Johnson.
De acordo com uma nota publicada no site da EMA, existe uma “relação causal entre as duas vacinas e a mielite transversa”, algo que é visto como uma “possibilidade razoável”. O órgão europeu decidiu, por este motivo, acrescentar esta doença neurológica como reação adversa de frequência desconhecida à vacina da AstraZeneca e da Janssen.
A EMA sublinha que os benefícios destas duas vacinas continuam a ser maiores do que os riscos: “A avaliação dos riscos e benefícios de ambas as vacinas mantém-se inalterada”.
“Os profissionais de saúde devem estar atentos aos sinais e sintomas da mielite transversa, permitindo um diagnóstico precoce, apoio médico e tratamento”, informa a EMA, que pede às pessoas que recebam estas duas vacinas que, caso comecem a desenvolver sintomas, “procurem atenção médica imediata”.
A mielite transversa é uma inflamação aguda da medula espinal que bloqueia os impulsos nervosos e pode provocar fraqueza muscular, torpor, formigueiro ou até problemas urinários e intestinais. Na sua análise, os especialistas concluíram que uma relação causal entre as duas vacinas e a mielite transversa é um possibilidade razoável. Contudo, sublinham que o risco-benefício das vacinas se mantém inalterado.
Apesar das recomendações, a Agência Europeia do Medicamento não revelou quantos casos de desta inflamação foram reportados relacionados com a vacinação contra a Covid-19, nem com que frequência estão a ocorrer.
As vacinas da AstraZeneca e da Janssen utilizam o mecanismo adenovírus, ao contrário das vacinas da Pfizer e da Moderna que empregam a tecnologia mRNA, sendo estas últimas as que correntemente são administradas em Portugal.