
O presidente venezuelano anunciou, na segunda-feira, que uma delegação dos Estados Unidos chegou a Caracas para dar continuidade à agenda bilateral, depois de as conversações terem começado em março.
“Jorge Rodríguez [presidente do parlamento] está a receber uma importante delegação do Governo dos Estados Unidos que chegou à Venezuela (…) e a trabalhar para dar continuidade às comunicações iniciadas em 05 de março, e dar continuidade à agenda bilateral entre os Governos dos EUA e da Venezuela”, disse Nicolás Maduro.
O chefe do Estado venezuelano falava no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante a cerimónia de entrega de prémios por ocasião das celebrações locais do Dia Nacional do Jornalista.
“Tenho estado em comunicação com o presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, que está reunido com essa delegação. Continuamos a conversar sobre diversos temas”, frisou.
Por outro lado, Maduro explicou que na reunião do G7, na Alemanha, “há um debate sobre todas as questões”, tendo o presidente francês, Emmanuel Macron, feito, na segunda-feira, uma declaração na qual defendeu “a reintegração no mercado petrolífero” da Venezuela e do Irão.
A Venezuela tem sido perseguida e prejudicada com sanções, disse. “Aqui estamos nós, com o nosso trabalho, a nossa produção e os nossos resultados”.
O presidente da Venezuela enviou a mensagem ao homólogo francês que “a Venezuela está pronta para receber todas as empresas francesas que queiram vir e produzir petróleo e gás para o mercado europeu, para o mercado mundial”.
Em 05 de março, Nicolás Maduro recebeu, em Caracas, uma delegação de alto nível de responsáveis da Casa Branca para um encontro que considerou “cordial e muito diplomática”.
A viagem a Caracas teve como objetivo “discutir diferentes questões, entre elas, claro, a segurança energética” numa altura de escalada do preço do petróleo, devido ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.
As autoridades norte-americanas também abordaram a situação dos seis ex-gestores da subsidiária da petrolífera estatal venezuelana Citgo, cinco dos quais são cidadãos norte-americanos e um residente permanente, atualmente preso em Caracas, acrescentou.
Alguns dias depois do encontro, as autoridades venezuelanas libertaram dois norte-americanos, Gustavo Adolfo Cárdenas, antigo gestor da Citgo, e José Alberto Fernández, que a imprensa local diz ser um turista cubano-americano, acusado de terrorismo em fevereiro de 2021.
Na imprensa venezuelana, a visita da delegação norte-americana foi vista como uma tentativa de, no âmbito da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, isolar o presidente russo, Vladimir Putin, de quem o Governo de Caracas é aliado.
Em 16 de março, o embaixador russo na Venezuela considerou que a visita da delegação dos EUA era uma admissão das “políticas equivocadas” de Washington e um reconhecimento de Nicolás Maduro como único presidente da Venezuela.