
O líder do PS, António Costa, admitiu pela primeira vez, no debate com todos os líderes partidários, que deseja uma maioria absoluta nas eleições de dia 30. Já o presidente do PSD, Rui Rio, desafiou os socialistas a mostrarem “disponibilidade para negociar” caso vençam com maioria relativa.
“O país precisa de estabilidade para quatro anos”, afirmou Costa, na RTP. Questionado sobre se isso se consegue com uma maioria absoluta, respondeu: “Sim, uma maioria absoluta. É o que garante estabilidade durante quatro anos”.
Ainda assim, o líder socialista evitou falar de uma eventual aproximação pós-eleitoral ao PSD: “Governarei com as ferramentas que os portugueses puserem à minha disposição”, referiu.
Para Rui Rio, a escolha do primeiro-ministro é “o que de mais importante se vai decidir” na ida às urnas. E, para assegurar a governabilidade, admitiu ter “disponibilidade para negociar”, desafiando o PS a dizer o mesmo. “O que não quero é que o país ande em sucessivas eleições. Para isso, tenho de ter espírito democrático”, insistiu.
À Esquerda, os antigos integrantes da geringonça procuraram frustrar as intenções do PS. Catarina Martins, coordenadora do BE, afirmou: “As pessoas na rua pedem-me: entendam-se. Ninguém vem pedir uma maioria absoluta”, afirmou.
João Oliveira, da CDU, esclareceu que a coligação também está “disponível para convergir” para uma solução à Esquerda. E atirou: “Não há Governos mais estáveis do que os de maioria absoluta, mas as vidas das pessoas ficam mais instáveis”.