
O tribunal aprovou esta sexta-feira a cessação do polémico acordo legal que manteve Britney Spears debaixo da tutela legal do pai durante mais de uma década. A cantora travava uma longa batalha judicial para recuperar a sua independência desde que em 2008 o tribunal lhe retirou o poder para tomar decisões básicas sobre a sua vida pessoal, finanças e carreira.
Com esta decisão, a princesa da pop vai deixar de ter um tutor legal apontado pelo tribunal e não terá mais de pagar a uma equipa de profissionais e advogados para gerir a sua propriedade.
O fim da tutela acontece cinco meses após a cantora ter falado publicamente pela primeira vez sobre a sua situação. O caso gerou indignação e recebeu atenção mediática internacional, trazendo atenção sobre o tratamento público que as mulheres recebem no mundo da pop e sobre o regime pouco transparente da tutela que afeta milhares de pessoas nos EUA.
Os fãs a criarem o movimento de apoio #FreeBritney, que já há vários anos fazia manifestações de apoio à cantora.
A intérprete acusou o pai, que desempenhava a função de tutor, de abuso de poder. Britney Spears afirmou que foi forçada a tomar medicação e a actuar contra a sua vontade e quando estava doente. Aos 39 anos, não podia casar sem autorização do pai, que a forçou a colocar um dispositivo intrauterino para que não pudesse engravidar e não tinha acesso à fortuna conquistada ao longo de uma carreira de duas décadas.
A cantora acusa ainda a equipa da tutela e de segurança de terem um cartão de crédito que podiam usar quando quisessem enquanto ela era mantida numa semanada e proibida pelo pai de fazer obras por exemplo na sua cozinha. Alega ainda que foi internada numa clínica psiquiátrica contra a sua vontade como retaliação por ter falado sobre a sua situação num ensaio.
O seu caso ganhou projeção quando em junho pediu autorização do tribunal para falar publicamente e expôs uma longa lista de acusações. Em julho teve permissão para contratar o seu próprio advogado. Jamie Spears foi suspenso enquanto tutor em setembro deste ano.
Britney Spears foi submetida ao regime de tutela em 2008, quando exibiu sinais de estar a passar por problemas de saúde mental num período em que estava a ser incessantemente assediada pelos paparazzi. A cantora tentou opor-se e contratar o seu próprio advogado, mas o tribunal considerou que não tinha capacidade para escolher o seu próprio representante e atribuiu-lhe um defensor, que alegadamente não a informou que podia pedir o fim da tutela.
Este tipo de regimes são geralmente aplicados nos casos de pessoas idosas ou doentes que já não podem tomar decisões sozinhas. No caso da cantora o regime tinha uma duração indeterminada e perdurou mesmo contra a vontade da própria e enquanto esta manteve uma carreira de sucesso.

Esta sexta-feira, centenas de fãs reuniram-se à porta do tribunal para celebrar o fim da tutela da cantora. “Foi preciso séries documentais e o mundo inteiro estar a falar sobre isto, mas oh meu deus, chegamos aqui finalmente… Sabia que este dia ia chegar, mas parece que demorou uma eternidade”, disse um dos manifestantes ao The Guardian.

Apoiantes de Britney Spears reuniram-se esta sexta-feira à porta do tribunal de Stanley Mosk
mike blake