
As reedições da obra de José Afonso, que este ano tiveram início, através da editora Lusitanian Music, podem vir a ser contestadas através de uma ação em tribunal. Quem o diz é Frank Hessing, que trabalhou na editora Movieplay e agora é consultor da empresa de investimento estrangeira que adquiriu o catálogo da mesma: “a família de Zeca Afonso não pode fazer contratos com aquelas gravações pois não lhe pertencem. As gravações são e sempre foram da Movieplay”.
Os álbuns de José Afonso que têm estado a chegar ao mercado, em suporte físico (CD e vinil) e em streaming, com o selo Mais 5, são por isso consideradas ilegais por Hessing, que dirige também uma empresa de consultadoria, a MusiConsult, que tem estado a tentar vender o catálogo da Movieplay, onde se inclui a maioria das gravações de José Afonso.
No passado mês de agosto, foi anunciado que “Cantares do Andarilho”, “Contos Velhos Rumos Novos” e “Traz Outro Amigo Também” seriam reeditados a partir de outubro. Os dois primeiros títulos, anunciados para 1 de outubro e 9 de outubro, respetivamente, encontram-se disponíveis em CD nas lojas FNAC. Quanto a “Traz Outro Amigo Também”, tem data de edição prevista para 26 de novembro. “Temos stocks (e vendas) dos CD nas lojas e as pré-vendas ativas dos vinis que saem a 26 de novembro”, confirmou ao Expresso fonte do departamento de comunicação da FNAC. No Spotify também já é possível encontrar canções de Zeca Afonso que até há poucas semanas não existiam naquela plataforma.