
A Associação Edinstvo, liderada por Igor Kashin, que está no centro da polémica sobre o acolhimento de refugiados ucranianos em Setúbal, teve durante cinco anos um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) que lhe permitiu acesso à base de dados daquela entidade.
A notícia é avançada pela SIC que tem o testemunho de um antigo desempregado que teve de se apresentar naquela associação entre 2015 e 2016. Esse desempregado estranhou ter de ir àquela associação fazer as apresentações periódicas necessárias para receber o subsídio de desemprego. “Na altura estranhei, mas não tinha muitas opções: ou ia ou não tinha o dinheiro. Está numa situação de fragilidade e, por muito que questione, ninguém me ouve”, diz, considerando que sempre achou “uma má solução” e questionando “até que ponto os dados estão seguros”.
Segundo a notícia da SIC, a situação seria enquadrada numa estrutura criada pelo Governo de então designada por GIP (Gabinetes de Inserção Profissional), uma rede de instituições públicas e privadas credenciadas para ajudar os centros de emprego a dar resposta aos milhares de desempregados. Essa rede teria partilha de dados com o IEFP.
“Pediam-me o bilhete de identidade, inseriam os dados no computador e assinavam-me um papel”, conta o cidadão ouvido pela SIC que, passado algum tempo, passou a apresentar-se numa junta de freguesia. “Na altura, o IEFP estava cheio de gente e era muito complicado ser atendido lá”, conta.
O Governo admitiu à SIC que o protocolo com a Edinstvo existiu entre 2009 e 2014. O caso vai ser investigado pela Inspeção-Geral das Finanças.