
“Ainda não chegou um euro aos agricultores por causa da seca”, diz em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, alertando para o impacto de uma “terceira crise”, que se juntou à pandemia e à consequente chamada tempestade perfeita e, agora, à guerra na Ucrânia.
Eduardo Oliveira e Sousa diz que, apesar dos sucessivos anúncios de apoios para mitigar os efeitos da seca, por parte da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, desconhece por que razão não são ainda uma realidade. “Não sei responder”.
“Suponhamos que esse dinheiro dessas ajudas que reivindicamos, um conjunto delas, teria de vir de uma autorização de Bruxelas. Não é pensável que Bruxelas não venha a aprová-las, pelo que o Estado poderia ter avançado com essas medidas e quando o dinheiro viesse ressarcia-se desse valor”, aponta.
“Esse dinheiro fez falta aos agricultores durante três meses, levou produtores à asfixia financeira absoluta, em particular os mais pequenos. Há pessoas que têm de ser verdadeiramente ajudadas e já o deveriam ter sido e não foram. Nós falamos nisto, mas há uma parede do lado de lá”, critica Eduardo Oliveira e Sousa.
Na perspetiva do líder da CAP, as ajudas relacionadas com a Política Política Agrícola Comum (PAC) podem ser postas em prática com a ajuda de Bruxelas, que disponibilizou a chamada reserva de crise, evitando-se assim beliscar as contas do Orçamento do Estado.
E, neste sentido, adianta, a própria CAP pediu ao comissário europeu da Agricultura para que “autorize que em Portugal seja feito um reforço da transferência de verbas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) para o pacote financeiro das ajudas diretas”.